E agora?

Pessoal,

Hoje me deu vontade de escrever no blog. Chegamos no sábado e já são 5 dias de’ lar doce lar’. Parece fácil voltar ao conforto e retomar a vida real, mas não é não. A parte boa é matar a saudade do Murilo, Julia, Vitor e Ricardo. Também de toda a família e dos amigos. Estes vamos encontrando aos poucos pelas esquinas, padarias e mesmo por telefone.
Mas tem o problema do fuso horário. Não pensei que iria ser tão difícil. Também, temos que voltar 5 horas e achar que está tudo normal. Às 20h estou morrendo de sono e entre 21h e 21:30h não resisto e vou dormir. O pior é acordar no meio da noite sem saber se é a Ju ou o Ricardo que está ao meu lado. Se estou na cama de cima ou na de baixo, onde está a escadinha do beliche ou triliche e de que lado da cama devo sair. Em poucos segundos vejo que já estou em casa e que não preciso mais dormir com a lanterna debaixo do travesseiro. Ufa, que bom!!
É tudo muito recente e a cabeça não acompanha o corpo. Logo, logo chegarei de vez, mas tem coisas que não quero esquecer nunca. Por exemplo, dos albergueiros com olhares e sorrisos nem sempre felizes, mas sempre acolhedores. Lembro bem da Fafá, Pilar, Maribel, Utah, Noa, Paco, Carmen, Rosa e Alfredo.
Outra imagem que permanecerá é a dos amigos, sempre associada a alguma roupa, jeito de andar, risadas...É, porque na mochila levamos no máximo 2 ou 3 camisetas e usamos dia e noite. Não vou esquecer da Olívia e sua fleece rosa, Mike com a jaqueta preta, Luke com impermeável verde limão e uma sacola de plástico na mão, Amélie com a capa azul e a faixa no cabelo, Johan e a camisa de flanela xadrez, Blair e Jillan sempre caminhando juntos, Gilles com o cachecol roxo e 2 cajados.
E por falar em cajado, o meu ficou em Santiago. Não foi de propósito não, foi esquecimento mesmo. Vocês sabem como é a hora da partida e despedidas. Arruma tudo na mochila, já temos que descer, vê se não esquecemos nada, olha embaixo da cama, porta fechada e dois lances de escada abaixo. Aí, aonde está o mapa e os horários do ônibus para o aeroporto? Nada nos bolsos e nem na bolsa. Subo tudo de novo, encontro o mapa na mesinha, novamente olho tudo e desço. E não é que mesmo assim o cajado ficou? Até agora não sei aonde, mas tudo bem eu nem estou sentindo falta dele.
Quero citar uma frase do Guimarães Rosa que a Xu (para quem não sabe é minha irmã) me enviou por email: “...Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia...” Por isso o melhor de tudo são as histórias. Tem umas que ainda nem percebemos que são ótimas e aos poucos ganham forma. E é lógico que tenho a minha preferida. Aquela da.......pessoal o celular está tocando e depois conversamos.
Ei, ainda tem alguém aí? Ju, e você, ainda está por aí? Foi muito bom, né? Será que é melhor apagar a luz?

Até mais
Beijos
Cris